Tédio
A tarde voava
O dia tão cinza
Frisava, ranzinza
Que o céu chorava
Chovia eu, também
Alma cansada
Quiçá disfarçada
Nem sei de quem
E lá fora, fumaça
Trapaça do tempo
Tudo mais cinzento
Frio que não passa
Tédio, apareça
Dia obscuro
Caiu de maduro
Na minha cabeça
Mas vale o momento
De desatenção
Montar a visão
Poetizada do tempo.
(Arthur Valente)
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