sexta-feira, 23 de julho de 2010

Reflexão Pós-Túmulo

Abro os olhos repentinamente
mas sobre mim não há telhado
e sim,a imensidão de um céu estrelado.
Mas ainda assim,estou deitado confortávelmente.


Faço força para levantar
já não tenho controle de mim,
seria esse o meu fim?
Teria me tornado uma alma a penar?


À minha volta não vejo ninguém,
por outro lado,há um conhecido som,
esse que no mais fúnebre tom,
me faz querer chorar sem qualquer porém.


Mas onde estão meus queridos entes?
Teriam,então,me abandonado?
Eu seria agora um ser bastardo,
sem direito a pelo menos um enterro decente?


E onde está a lealdade?
Dessa palavra desconheço o conceito,
pois se me lembro direito,
nunca conquistei,de fato,uma amizade.


Chegou o grande momento,
vão feichar o caixão,
adeus mundo cão,
só peço que Deus não me deixe ao relento.


Mas eu sei que ele vai me deixar
pois se for pela justiça divina,
vão me fechar a janela e a cortina,
vão dizer que o céu não é meu lugar.



Só deixo uma mensagem antes de ir.
seja para qualquer alguém,
que se tu não chorares por ninguém,
também ninguém vai chorar por ti.

(Arthur Valente)