domingo, 10 de outubro de 2010

Intensidade


Olhava-me,
E como mergulhar em mel
A moça por tras do véu
Fazia-me rasgar o céu
Apenas com seus olhos de mármore

Tocava-me
De forma brusca e violenta
Mantendo-se singela,a sedenta
Pedía-me tão atenta
Que me fizesse seu cárcere

Batía-me,
Mantinha-se em plena calma
Não me feria o corpo,mas a alma
Sobre meu ombro baixo,sua palma
Matou-me a santa,virei mártire

Reencontrei-me,
Em outros olhos ressucitei
Se necessário,mil vezes morrerei
Pois por meus versos voltarei
Sou poeta,sinto tudo em ápice

Embriagava-me,
Passava noites no bar
Agora novamente em santo altar
Mas,pior que minha dor, é o pesar
Daquele que por medo de chorar
Do vinho do amor ,nega o cálice

(Arthur Valente)