sábado, 4 de junho de 2011

Sonho


O céu manifesta-se e canta
Estrelas resplandecem dançando
O azul lunar vai se modificando
dando lugar à rubra manta

as flores beiram um sol lilás
nascem do mais alto pico montanhoso
cheiro doce, leve e sedoso
fabricam grandiosos e impalpáveis chás

O branco da terra adormece a pele
como a própria neve daqui faz
vasta,clara,poderosa e sagaz
o feio invisível, triste, se repele

o horizonte não surge sem um porquê
tampouco dá lugar à escuridão
as nuvens, rosas, de larga extensão
são maciças, maleáveis, de papel marchê

crianças brincam, felizes, nuas
a grande Alegria tem forte odor
os seres cativos degustam o Amor
que passa sorrindo por todas as ruas

O mundo não gira e não se mantém parado
a inércia passara bem longe dali
banana, maçã, caju e caqui
exalam um anil de toque aveludado

O mar, por si só, é inerente ao chão
A prata e ouro, opacos e despercebidos
o paraíso de todos permanece unido
onde a própria morte se rende à submissão.