segunda-feira, 5 de julho de 2010
FreakShow Brasileiro
Ilustríssimos senhores,
É com muito pesar
Que venho lhes comunicar
Que o brasileiro show de horrores
Já vai começar
O trabalhador já cansado,
totalmente decepcionado,
o salário está atrasado,
seu filho anda pelo caminho errado,
sua mulher arrumou um namorado,
sua filha se enrroscou com um homem casado,
e no senado,como de praxe,
roubam seu salário suado.
Mas para o moribundo,
já não importa nada,
vai começar a copa do mundo,
preocupa-se apenas se a cerveja está gelada
se a carne está bem passada,
ou se a seleção está a seu gosto escalada.
E o político pede em sublime oração
para que o nosso Brasil seja o campeão,
afinal,se o time não voltar com a taça na mão
vai que o povo lembra que é ano de eleição.
(Arthur Valente)
A Noite
O Sol já caiu
E no céu sobe a esfera branca de massa,Porém mal posso vê-la,
Tudo que vejo é fumaça
Na escuridão profunda da noite
Lembranças que havia perdido,me acham
E como se minha mente se abrisse por completo
O pensar e o sentir finalmente se encaixam
Enlouqueço em minha sanidade
E de coisas que jamais havia imaginado antes
Sem querer,sinto vontade
Rio,choro,
Escrevo,oro
Peço e agradeço
Tagarelo para o céu, e sem motivo emudeço
Bato os dedos no teclado
E de repente há uma luz a me cobrir
Mais um dia vem chegandoJá é hora de dormir.
(Arthur Valente)
O Abismo
Estou caindo,nada vejo
Estou sentindo,e no céu lampejos
Quero subir,quero respirar
Quero sair,não sinto o ar
Olho para baixo e não vejo chãoEstou sentindo,e no céu lampejos
Quero subir,quero respirar
Quero sair,não sinto o ar
Só vejo um vão,no céu ainda àquele clarão
Nada posso fazer,sou um cadáver sem caixão
Sou um peixe fora d’água,um braço sem mão
Sou uma casa sem telhadoNada posso fazer,sou um cadáver sem caixão
Sou um peixe fora d’água,um braço sem mão
Um terno mal lavado
Um gato escaldado
Sou um crime sem perdãoUm gato escaldado
Um sentimento sem coração
Sou um abismo sem fim,sem chão.
Sou um abismo sem fim,sem chão.
(Arthur Valente)
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