quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Contemplação

Do céu faço chão, pois
Caminho entre estrelas desalinhadas
Totalmente despovoadas
E Impreganadas de sedução

Calmaria reflexiva
Que só o universo pode oferecer
Caminho entre estrelas desalinhadas
Porque o asfalto já não traz tanto prazer

Pois são tantas as noitadas
E as bebedeiras descontroladas
Que de desprendido, passei a me prender

Caminho por estrelas desalinhadas
Sem saber, e sem querer saber ao certo
Até onde posso percorrer

E adentro sozinho em tal jornada
Pois, somente a sós consigo me reconhecer

E varo em claro as madrugadas
Contemplando as luzes pelo céu a se mover

Faço trajetória desgovernada
Caminhando entre estrelas desalinhadas
Que, por fim, já apagadas
Dão lugar ao alvorecer.

Caminho até o sol nascer
E não lastimo sua chegada
Pois quando a noite vir me ter
Cantarei feliz à esfera prateada
E por estreladas desalinhadas
Volto a me locomer.

(Arthur Valente)