segunda-feira, 22 de julho de 2013

Autopia

Aos amigos do parque. Aos parceiros da vida... Aos agentes da mudança.


A Natureza há de ascender
Mas não pra posse, pois já reina livre
Há de reivindicar-se como mãe maior do ser
Como a fonte vital que ao crescer, nutre
E não há quem não se cative a ver
Que só por ela realmente se vive

Pensam alguns que ela se ausentara
Mas presente está, sem estar
Se não nota, para e repara
E se discorda, por que respirar?

Somos a prole ingrata
Da única rainha que merece trono
Somos o progresso da perda de sono
A raspar felicidades entre vácuos e latas

Mas, como fomos destruidores de nós mesmos!
Pois nós, em conjunto, somos trindade verdadeira
Os pais, os filhos e a espiritualidade
Partes integrantes de um mesmo seio
Natureza dispersa e inteira

Onde agora bebe a vaidade
Que amanhã embriague-se a palmeira
E que sobre o mal da humanidade
Nasça um pé de seringueira.

(Arthur Valente)