Eu sou dos que vivem pela vida
E não só pra viver
Eu sou daqueles que encontram a saída
Onde outros tantos jamais vão percorrer
Sou do sexo sem nexo,
Somente pelo prazer
E sou também do amor perverso,
Que vem e vai sem se perder.
Sou dos bares, dos ares da noite da selva de concreto
Sou dos sublimes desafetos,
Que a sociedade insiste em esconder
Bohêmio, bêbado, poeta, vagabundo
Sou o limpo mais imundo
Que se possa conhecer
Eu sou a dor, a doença
Que se faz de cura do ser
Eu sou o despudor e a presença do bem,
Que bom mesmo, jamais vai ser.
(Arthur Valente)