terça-feira, 14 de setembro de 2010
Terra de Cegos
Ele voava como uma ave
Com um lápis ganhava o céu
Transformava ácido em mel
Fabricava sonhos de papel
Das portas,ele tinha a chave
Sobrevoava todo o mundo
Sem nem sair de casa
Rasgava o azul com suas asas
Adentrava o horizonte mais profundo
Mas um dia ele caiu
A desilusão o derrubou
O que era antes acabou
Descobriu um mundo sombrio
Nesta terra de tormento
Seus olhos arrancaram
Em suas asas pisaram
Deixaram-no ao relento
Está agora a vagar
Pela selva de concreto
Passa as noites no boteco
Desaprendeu a pensar
Acostumou-se à maldade
Morrerá como um qualquer
Deixará bens e uma mulher
Mas nenhuma dignidade.
(Arthur Valente)
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Inferno?
Fazemos piada daquilo tudo,
De tudo aquilo que não tem graça,
Rimos de pobres conteúdos,
Fazemos da verdade,farsa!
Desperdiçamos nossa comida,
Criamos fortalezas por razões singelas,
Que importa a fome por outros vivida?
Tão pouco a violência das favelas
Aqueles que nos fazem mal
Solenemente idolatramos,
E de forma inacreditavelmente natural
Desprezamos à quem amamos
Criamos uma humanidade
De seres desumanos,
Satírizamos uma sociedade
Que nós mesmos criamos
Para pensar e refletir
Não gastamos meio neurônio,
Se o inferno é aqui
Nós somos os demônios.
(Arthur Valente)
De tudo aquilo que não tem graça,
Rimos de pobres conteúdos,
Fazemos da verdade,farsa!
Desperdiçamos nossa comida,
Criamos fortalezas por razões singelas,
Que importa a fome por outros vivida?
Tão pouco a violência das favelas
Aqueles que nos fazem mal
Solenemente idolatramos,
E de forma inacreditavelmente natural
Desprezamos à quem amamos
Criamos uma humanidade
De seres desumanos,
Satírizamos uma sociedade
Que nós mesmos criamos
Para pensar e refletir
Não gastamos meio neurônio,
Se o inferno é aqui
Nós somos os demônios.
(Arthur Valente)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O Tudo
O tempo
O solo
O vento
O colo
O mantra
O passo
A janta
O amasso
A sorte
A comida
A morte
A vida
O caminho
A flor
O espinho
A dor
Do início ao fim
Mantenho-me persistente
Há um vício em mim
Começo novamente.
(Arthur Valente)
Por que?
Saíste da igreja agora?
Deixaste teu dinheiro suado?
E por que apenas olhas o abandonado
E com desdém lhe nega esmola?
Leste lições messiânicas?
Explique-me então,por favor
Por que chamas por teu Senhor
Se de ti,só palavras satânicas?
Esclareça-me por momento
Afinal,por que desprezas teu irmão?
Por que deixa os seus ao relento?
Não aprendeste nada?
Se essa é tua divina compaixão
Deste reino dos céus abro mão.
(Arthur Valente)
Deixaste teu dinheiro suado?
E por que apenas olhas o abandonado
E com desdém lhe nega esmola?
Leste lições messiânicas?
Explique-me então,por favor
Por que chamas por teu Senhor
Se de ti,só palavras satânicas?
Esclareça-me por momento
Afinal,por que desprezas teu irmão?
Por que deixa os seus ao relento?
Não aprendeste nada?
Se essa é tua divina compaixão
Deste reino dos céus abro mão.
(Arthur Valente)
sábado, 31 de julho de 2010
Razão Emocional
A matemática é racional
O sentimento não
Poetismo é pura emoção
Partindo de um princípio contextual
Não teriam os poetas razão?
Tolo,quem crê em tal
Pois de uma forma emocional
Expressa esta,escrita ou oral
Nada mais é
Do que uma letrada equação
Essa mistura tenaz
Em via de ponto prático
De forma eficaz,
Coloca estes,entre os irracionais,
Como os mais célebres matemáticos.
(Arthur Valente)
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Nostalgia
A vida vai e vem
Mas o passado sempre voltaMe faz lembrar de alguém
Ou por algo ele me cobra
Mostra-me rostos antigos
A memória já não é tão eficaz
Entristeço-me pelos amigos e inimigos
Pois fazem parte de períodos
Que já não existem mais
Novas pessoas conheci
Outros rumos vou seguir
Afinal,o futuro é logo ali
E o que me esperam os novos caminhos?
Pergunta feita em vão
Deixarei o passado de mão
Águas passadas não movem moinhos.
Ditados como esse,há muitos
Antigos mas ainda em alta
Porém,por minutos
A memória de repente se exalta
E percebo de súbito
Que do leite derramado,sinto falta.
(Arthur Valente)
Eles
Eles roubam nosso dinheiro
Eles roubam nossa dignidade
Eles fazem do mundo um rodeio
Eles exalam pura maldade
Eles invadem nosso lar
Sem ao menos pedir licença
Eles cospem em nossas faces
E riem de nossas crenças
A culpa é deles
E de mais ninguém
Eles?Eles quem?
Afinal não seriam eles
Nós também?
(Arthur Valente)
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