sábado, 24 de setembro de 2011
Tédio
A tarde voava
O dia tão cinza
Frisava, ranzinza
Que o céu chorava
Chovia eu, também
Alma cansada
Quiçá disfarçada
Nem sei de quem
E lá fora, fumaça
Trapaça do tempo
Tudo mais cinzento
Frio que não passa
Tédio, apareça
Dia obscuro
Caiu de maduro
Na minha cabeça
Mas vale o momento
De desatenção
Montar a visão
Poetizada do tempo.
(Arthur Valente)
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Filosofia Barata
Que queres de mim, vida?
Que me jogue a teus pés?
Que me arrisque ao revés?
Por que não me dás saída?
Que queres de mim, Deus?
Que te chame pai amado
Se nunca me vi carregado
Pelos fortes braços teus?
Que queres de mim, razão?
Que te use em meus dilemas
Se em milhares de problemas
Não encontro solução?
Que queres de mim, mulher?
Que te arrepie todo o dorso
E que depois de todo o esforço
Tu te dês à um qualquer?
Que queres de mim, eu?
Que me alimente todo o ego
Sendo que o peso que carrego
Mal me permite ser só meu?
(Arthur Valente)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Poesia da Barata
A barata quando corre
Corre sem ter direção
Se bebesse, era porre
Mas quer mesmo é refeição
Se arrisca e até morre
Por migalhas de pão
Enquanto a moça se socorre
Gritando em cima do balcão
E a pergunta que ocorre
À barata, em reflexão
É: "Por que a lágrima escorre
do monstro em cima do balcão?"
(Arthur Valente)
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