Dos impérios passados
Maiores que os titãs, em pleno alarde
E mais escuras que o reino de Hades
Erguem-se as muralhas de fúria
Pois são, num negro aglomerado,
Os povos unidos e irados
Contra os reis auto-intitulados
Prestes a morrerem afogados
Em suas próprias injúrias
E é Eros que lhes inspira a união
E vêm gritando, loucos, os coros de Marte
Propagando, roucos, por toda a parte
Palavras de ordem e caos pra que a tirania
Caia morta no chão
E espalha-se, a revolta, por toda a terra
Com mais bravura que os antigos heróis
Mais brilhante que mil sóis
É a alvorada da nova era
E hão de cair os comandantes
Os falsos profetas maledicentes
Com suas verdades confusas
E serão não mais que pedra
Como se olhassem nos olhos de serpente
Da própria medusa
E num avante, toda a gente
Vai tomar os postos seus
Num negro bloco de dimensão gigante
Mais forte e temido que qualquer deus
E cai o representante do deus hebreu
Delirante em sua própria má fé
E se ouve dos confins da massa ralé
Que chegara o tempo de Prometeu.
(Arthur Valente)
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