terça-feira, 26 de julho de 2011
Depressão
Um homem vivido
Viverá mais o quê
Quando não houver vida
Naquilo que ele vê?
Quanto vale a dor
Que aos poucos demole
E de gole em gole
Destrói seu portador?
O que faz um visionário
Entregar-se à cegueira?
Seria história traiçoeira?
Quem sabe conto do vigário?
O coitado passa a se perguntar
Quando tropeça e vai ao chão
Onde estará a inspiração
Que me fará levantar?
(Arthur Valente)
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Mudança
Que importa a cor da pele
Quando a alma voa?
Se o ego repele
A consciência ressoa
Que importa o sexo
Quando é feito bem?
O gosto é complexo
Mas que mal tem?
Que importa o alguém
Quando em meio ao plural?
Planejar um comum bem
Frente ao constante mal
Que importa o que se pensa
Se o pensamento é fechado?
Orgulha-se a falsa crença
Do fiel alienado.
Que importa este dizer
Se não para ser refletido?
A razão mostra ao ser
O que passou batido
E que se mostre a ação
Como relfexo do pensar
Maus conceitos cairão
Para um melhor se levantar.
(Arthur Valente)
sábado, 4 de junho de 2011
Sonho
O céu manifesta-se e canta
Estrelas resplandecem dançando
O azul lunar vai se modificando
dando lugar à rubra manta
as flores beiram um sol lilás
nascem do mais alto pico montanhoso
cheiro doce, leve e sedoso
fabricam grandiosos e impalpáveis chás
O branco da terra adormece a pele
como a própria neve daqui faz
vasta,clara,poderosa e sagaz
o feio invisível, triste, se repele
o horizonte não surge sem um porquê
tampouco dá lugar à escuridão
as nuvens, rosas, de larga extensão
são maciças, maleáveis, de papel marchê
crianças brincam, felizes, nuas
a grande Alegria tem forte odor
os seres cativos degustam o Amor
que passa sorrindo por todas as ruas
O mundo não gira e não se mantém parado
a inércia passara bem longe dali
banana, maçã, caju e caqui
exalam um anil de toque aveludado
O mar, por si só, é inerente ao chão
A prata e ouro, opacos e despercebidos
o paraíso de todos permanece unido
onde a própria morte se rende à submissão.
sábado, 28 de maio de 2011
Carne Viva
Sem dor e sem receio
Do prazer que bate à porta
Somos linha mais que torta
Um só,meio a meio
Somos elo em carne viva
Presos por tesão estridente
Entre o suor e a saliva
Entre línguas e dentes
Desfrutamo-nos a vontade
Adrenalina estufando o peito
Transcedemos em deleito
Escapando da realidade
Explodimos a cada toque
Digladiando sutilmente
Procuramos gozo ardente
Querendo o mais intenso choque
O frio não incomoda
Nem tampouco o calor
Não temos padrão ou moda
Desdenhamos o amor
Quando quase finalmente
Externamos forte suspirar
Nos queremos eternamente
Enquanto o momento durar.
domingo, 22 de maio de 2011
Solidariedade Comedida
Sozinho
Seja só ou acompanhado
Afinal,quem estará ao lado
Lá pelo fim do caminho?
Somos tão carentes
Tão incrívelmente sociáveis
Procurando relações estáveis
Para sermos lembrados eternamente
E seremos?
Não,claro que não
Mas divagando tal ação
Intenção nobre,pelo menos
Sejamos,então,ponderados
Temos sim que conviver
Porém,sem esquecer
Que estamos aos nossos cuidados
E se tivermos de arriscar
Por qualquer outro alguém
Lembremos que,heroísmo convém,
Quando há razão para lutar.
(Arthur Valente)
terça-feira, 26 de abril de 2011
Duas Caras
Procuram respostas em frases feitas
Fazem promessas que não podem cumprir
E fingem se iludir com propositais desfeitas
Porque sabem que iludem quando querem persuadir
Esperam o bem a todo instante
Como se fossem tão bons quanto dizem ser
Escondem seus defeitos repugnantes
Num véu de virtudes que nunca virão a ter
Se demonstram descontentes
E até incoerentes
Quando procuram se defender
Mal sabem tais inconsequentes
Que por trás da máscara benevolente
São tão maus quanto um humano pode ser.
(Arthur Valente)
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Desabafo
Por que tantos por quês?
Por que eles precisam tanto saber?
É errado, por um acaso, eu fazer
algo simplesmente por querer?
Dizem que eu tenho que esclarecer
Que tenho que me fazer entender
Mas não quero ter que dar um parecer
Sempre que alguém decidir me compreender
Que me deixem, em paz, viver
Minhas escolhas sou eu quem deve fazer
E se eu errar,pelo menos hei de aprender
Pois no fim, não quero me arrepender
O prazer pelo prazer
O tesão pelo tesão
Disposição para vencer
Liberdade em primeira mão
Procurando sempre aprender
Expandir a visão
Unindo o ser com o ter
E fazendo valer minha opinião.
(Arthur Valente)
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