Homenagem a papai e mamãe...
Me fizeram, apareci
Me criaram, aprendi
Me mimaram, estraguei
Limitaram-me, briguei
Me soltaram, me soltei
Divertiram-me, sorri
Me pararam, esperneei
Mas por fim, obedeci
Me falaram, escutei
Espalhei o que ouvi
Me afastaram, me colei
Me grudaram, então parti
Me chamaram, eu voltei
Seguraram-me, cai
Pelo braço, levantei
Pelo afeto, prossegui
Nominaram-me um rei
Desde a hora em que nasci
Sei, nem sempre mereci
Mas prometo, merecerei
Algum dia voarei
Mas juro, volto aqui
Se precisarem, estarei
Sempre perto, logo ali.
(Arthur Valente)
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Inspiração
Às vezes ela some por hora
Sem dizer nada, furtivamente
Deixa-me, assim, de repente
Mostra-se presente e vai embora
E ai, fico a perguntar-me
Onde foi parar a endiabrada
Que me mantém varado a madrugada
E, apesar da espera, faz calar-me?
Talvez ande preguiçosa
Há muito não me visita
Por momento aparece aflita
E depois deixa-me, a caprichosa
Recorro às musas de Camões
Ao romantismo de Álvares de Azevedo
Mas pego-me com o olhar azedo
Pois sem ela, não há paixões
Sem ela não há histórias,
Contos, romances, ou heróis
Do fundo da alma, vem como voz
Que grita por criativas glórias
Oh, inspiração concreta!
Banha-me agora por inteiro!
Faz em mim teu cativeiro,
Pra que eu seja sempre poeta.
(Arthur Valente)
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Devaneios de Vodka
E se fosse o sexo, o cantar?
O dançar?
E se fosse a luz do luar
O altar dos deus pagãos?
E se fossem os loucos, sãos?
E se fôssemos todos irmãos?
E se fosse a vida, certa?
E se fosse a força concreta
Alerta em fazer do mundo
Um amor profundo?
Daquele que se presta a explicar
Pela forma de compor e guiar
E faz-se falha a explicação
Pela própria fôrma
Que se molda a ilusão do tempo
Pois nem todas as forças do vento
Podem descrever a alma
Enquanto ser e existência
Mas se quiseres conhecer a essência,
Muita calma, muita calma...
Paciência...
Ausência de medo
Vivência de cedo
E cadência na palma.
(Arthur Valente)
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Cigana
Menina dos olhos mistério
Meiga, cativa e formosa
Lisa a pele tão cheirosa
Beleza de rosa, real em critério
Sorriso doce e suave
Charme raro e dengoso
Corpo seguro em que pouso
Quase como se pousasse nave
Hospedo-me em ti e não saio
Concentro-me em tua alma de
abismo
E é por querer que ando e caio
Pois és a alegria da vida
Em teu altar faço meu batismo
Em ti entro, sem querer saída.
(Arthur Valente)
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Libertário
Homenagem a um grande poeta amigo que veio lá da "metrópole" conquistar o mundo. Espero que goste...
Assim como quero fruto e flor
Quero a paz que ainda me falta
Vim de longe, Cruz de Malta
Aventurando-me sem temor
Contemplei o esplendor
Do mar aberto, a terra nova
Desta aqui já fui senhor,
Hoje faço-me peralta
Minha lamúria sente dor
Pela alegria que deles salta
Mas que leveza pura
E que beleza rara
Deste povo que expõe na cara
Risos com destra cura
No samba, achei meu ópio
Meu sossego musicado
Desapego dedilhado
Libertando a mim próprio
Não nego que me bate a saudade
Do chão amado em que me criei
Trago de Lisboa, o estandarte
E para sempre carregarei
Mas não me limito às bandeiras
Nem aos costumes a mim impostos
Sou poeta luso dos portos
Livre das mentiras corriqueiras
Navegar sempre conciso
Pelo mar ou pela folha
Alguns o fazem por escolha
E eu, porque preciso
E que para sempre livre, eu cante
Que caminhe por todo o planeta
E quando, enfim, faltar-me caneta
Regresso à pátria como gigante.
(Arthur Valente)
Assim como quero fruto e flor
Quero a paz que ainda me falta
Vim de longe, Cruz de Malta
Aventurando-me sem temor
Contemplei o esplendor
Do mar aberto, a terra nova
Desta aqui já fui senhor,
Hoje faço-me peralta
Minha lamúria sente dor
Pela alegria que deles salta
Mas que leveza pura
E que beleza rara
Deste povo que expõe na cara
Risos com destra cura
No samba, achei meu ópio
Meu sossego musicado
Desapego dedilhado
Libertando a mim próprio
Não nego que me bate a saudade
Do chão amado em que me criei
Trago de Lisboa, o estandarte
E para sempre carregarei
Mas não me limito às bandeiras
Nem aos costumes a mim impostos
Sou poeta luso dos portos
Livre das mentiras corriqueiras
Navegar sempre conciso
Pelo mar ou pela folha
Alguns o fazem por escolha
E eu, porque preciso
E que para sempre livre, eu cante
Que caminhe por todo o planeta
E quando, enfim, faltar-me caneta
Regresso à pátria como gigante.
(Arthur Valente)
Aos Dedicados
Não era grande o espaço
Mas sim a atitude aplicada
Que com esforço, passo a passo
Mostrava-se recompensada
Todos lutando unidos
Mas sim a atitude aplicada
Que com esforço, passo a passo
Mostrava-se recompensada
Todos lutando unidos
Armados até os dentes do coração
Que abre-se a dedicação
Sem pressão de ser punido
E modifica-se o ambiente
mais claro, limpo, contente
Resplandece compaixão
E vê-se dos soldados valentes
Gritarem os espíritos estridentes
Emudecendo os latidos do mundo cão
E esperam os presentes
De fato, em plena ação
Que se faça abrangente, como já foi
Tal exemplo de gratidão.
(Arthur Valente)
Que abre-se a dedicação
Sem pressão de ser punido
E modifica-se o ambiente
mais claro, limpo, contente
Resplandece compaixão
E vê-se dos soldados valentes
Gritarem os espíritos estridentes
Emudecendo os latidos do mundo cão
E esperam os presentes
De fato, em plena ação
Que se faça abrangente, como já foi
Tal exemplo de gratidão.
(Arthur Valente)
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Contemplação
Do céu faço chão, pois
Caminho entre estrelas desalinhadas
Totalmente despovoadas
E Impreganadas de sedução
Calmaria reflexiva
Que só o universo pode oferecer
Caminho entre estrelas desalinhadas
Porque o asfalto já não traz tanto prazer
Pois são tantas as noitadas
E as bebedeiras descontroladas
Que de desprendido, passei a me prender
Caminho por estrelas desalinhadas
Sem saber, e sem querer saber ao certo
Até onde posso percorrer
E adentro sozinho em tal jornada
Pois, somente a sós consigo me reconhecer
E varo em claro as madrugadas
Contemplando as luzes pelo céu a se mover
Faço trajetória desgovernada
Caminhando entre estrelas desalinhadas
Que, por fim, já apagadas
Dão lugar ao alvorecer.
Caminho até o sol nascer
E não lastimo sua chegada
Pois quando a noite vir me ter
Cantarei feliz à esfera prateada
E por estreladas desalinhadas
Volto a me locomer.
(Arthur Valente)
Caminho entre estrelas desalinhadas
Totalmente despovoadas
E Impreganadas de sedução
Calmaria reflexiva
Que só o universo pode oferecer
Caminho entre estrelas desalinhadas
Porque o asfalto já não traz tanto prazer
Pois são tantas as noitadas
E as bebedeiras descontroladas
Que de desprendido, passei a me prender
Caminho por estrelas desalinhadas
Sem saber, e sem querer saber ao certo
Até onde posso percorrer
E adentro sozinho em tal jornada
Pois, somente a sós consigo me reconhecer
E varo em claro as madrugadas
Contemplando as luzes pelo céu a se mover
Faço trajetória desgovernada
Caminhando entre estrelas desalinhadas
Que, por fim, já apagadas
Dão lugar ao alvorecer.
Caminho até o sol nascer
E não lastimo sua chegada
Pois quando a noite vir me ter
Cantarei feliz à esfera prateada
E por estreladas desalinhadas
Volto a me locomer.
(Arthur Valente)
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