domingo, 5 de dezembro de 2010
Contradições
Se digo que estás bem
Tu dizes não acreditar
Se digo que estás mal
Tu se põe a resmungar
Se minto para ti
Tu passas a me crucificar
Se te digo a verdade
Tu preferes não escutar
Se te escondo meu passado
Tu me pedes para confiar
Se te conto o que fiz
Tu me julgas com o olhar
Se simplesmente me calo
Tu me pedes para falar
Se decido,então,que falo
Tu me pedes para parar
Se digo que não quero
Tu começas a chorar
Se digo que te amo
Tu respondes não me amar
Se te digo que vou
Tu me pedes para voltar
Se te peço que volte
Tu me dizes para esperar
E assim vamos seguir
Até o dia em que me cansar
Para os outros tu vais rir
Mas por mim,vais chorar
(Arthur Valente)
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Tempo
O café está esfriando
E o tempo a passar
Não consigo me lembrar
No que mesmo eu estava pensando?
Como ele cresceu!
Me lembro como se fosse ontem
Erros do passado me apontem
O tempo vôa,amanhã ele esqueceu
Dizem que o tempo é relativo
Não compreendo tal afirmação
Me dê um ponto de referência então
A partir da Terra ou de outro ser vivo...
Que assunto mais complicado
Penso,mas nada tenho até agora
Oh meu Deus!Olhe só a hora!
Esqueci do tempo,estou atrasado
(Arthur Valente)
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Dúvidas
Chamarem-me de anormal
Tornou-se um tanto frequente
Isso porque muito raramente
Aos outros, penso igual
Temos todos aparência padrão
Beleza,do momento atual, depende.
Aquilo que hoje é lindo,amanhã deprimente
Mas afinal,quem define tal distinção?
Agora querem a vestimenta tal
Mas vão mudar brevemente
Vamos sair às compras loucamente
Tornamo-nos zumbis do capital
Longe de mim criticar
Sistema tão justo aparentemente
A cabeça no dinheiro,a mão no batente
Para todo ciclo enfim recomeçar
O importante é somar
Pra que ressaltar o povo carente?
Vais destruir um rosto sorridente
Que feliz,compra até o que não pode pagar?
Talvez eu seja mesmo anormal
Gosto de gastar sim,como toda a gente
Mas às vezes,acredito que de repente
O povo se torna um tanto inconsequente
Esquece-se que há mais no mundo real.
(Arthur Valente)
Tornou-se um tanto frequente
Isso porque muito raramente
Aos outros, penso igual
Temos todos aparência padrão
Beleza,do momento atual, depende.
Aquilo que hoje é lindo,amanhã deprimente
Mas afinal,quem define tal distinção?
Agora querem a vestimenta tal
Mas vão mudar brevemente
Vamos sair às compras loucamente
Tornamo-nos zumbis do capital
Longe de mim criticar
Sistema tão justo aparentemente
A cabeça no dinheiro,a mão no batente
Para todo ciclo enfim recomeçar
O importante é somar
Pra que ressaltar o povo carente?
Vais destruir um rosto sorridente
Que feliz,compra até o que não pode pagar?
Talvez eu seja mesmo anormal
Gosto de gastar sim,como toda a gente
Mas às vezes,acredito que de repente
O povo se torna um tanto inconsequente
Esquece-se que há mais no mundo real.
(Arthur Valente)
domingo, 10 de outubro de 2010
Intensidade
Olhava-me,
E como mergulhar em mel
A moça por tras do véu
Fazia-me rasgar o céu
Apenas com seus olhos de mármore
Tocava-me
De forma brusca e violenta
Mantendo-se singela,a sedenta
Pedía-me tão atenta
Que me fizesse seu cárcere
Batía-me,
Mantinha-se em plena calma
Não me feria o corpo,mas a alma
Sobre meu ombro baixo,sua palma
Matou-me a santa,virei mártire
Reencontrei-me,
Em outros olhos ressucitei
Se necessário,mil vezes morrerei
Pois por meus versos voltarei
Sou poeta,sinto tudo em ápice
Embriagava-me,
Passava noites no bar
Agora novamente em santo altar
Mas,pior que minha dor, é o pesar
Daquele que por medo de chorar
Do vinho do amor ,nega o cálice
(Arthur Valente)
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Terra de Cegos
Ele voava como uma ave
Com um lápis ganhava o céu
Transformava ácido em mel
Fabricava sonhos de papel
Das portas,ele tinha a chave
Sobrevoava todo o mundo
Sem nem sair de casa
Rasgava o azul com suas asas
Adentrava o horizonte mais profundo
Mas um dia ele caiu
A desilusão o derrubou
O que era antes acabou
Descobriu um mundo sombrio
Nesta terra de tormento
Seus olhos arrancaram
Em suas asas pisaram
Deixaram-no ao relento
Está agora a vagar
Pela selva de concreto
Passa as noites no boteco
Desaprendeu a pensar
Acostumou-se à maldade
Morrerá como um qualquer
Deixará bens e uma mulher
Mas nenhuma dignidade.
(Arthur Valente)
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Inferno?
Fazemos piada daquilo tudo,
De tudo aquilo que não tem graça,
Rimos de pobres conteúdos,
Fazemos da verdade,farsa!
Desperdiçamos nossa comida,
Criamos fortalezas por razões singelas,
Que importa a fome por outros vivida?
Tão pouco a violência das favelas
Aqueles que nos fazem mal
Solenemente idolatramos,
E de forma inacreditavelmente natural
Desprezamos à quem amamos
Criamos uma humanidade
De seres desumanos,
Satírizamos uma sociedade
Que nós mesmos criamos
Para pensar e refletir
Não gastamos meio neurônio,
Se o inferno é aqui
Nós somos os demônios.
(Arthur Valente)
De tudo aquilo que não tem graça,
Rimos de pobres conteúdos,
Fazemos da verdade,farsa!
Desperdiçamos nossa comida,
Criamos fortalezas por razões singelas,
Que importa a fome por outros vivida?
Tão pouco a violência das favelas
Aqueles que nos fazem mal
Solenemente idolatramos,
E de forma inacreditavelmente natural
Desprezamos à quem amamos
Criamos uma humanidade
De seres desumanos,
Satírizamos uma sociedade
Que nós mesmos criamos
Para pensar e refletir
Não gastamos meio neurônio,
Se o inferno é aqui
Nós somos os demônios.
(Arthur Valente)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O Tudo
O tempo
O solo
O vento
O colo
O mantra
O passo
A janta
O amasso
A sorte
A comida
A morte
A vida
O caminho
A flor
O espinho
A dor
Do início ao fim
Mantenho-me persistente
Há um vício em mim
Começo novamente.
(Arthur Valente)
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