quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Flagelos
Os mesmos que,com frieza,
Riem de minha embriaguez
Embriagam-se de tristeza
Por manterem a lucidez.
Meu amor,
Não ouça o que lhe dizem
Não deixe que lhe pisem
Somos o remédio inválido
E singelamente cálido
Das feridas do mundo
Mergulhando ao fundo
Nos fazendo imundos
Querendo que estas cicatrizem
O autoflagelo, a destruição corporal
Às vezes como elo espiritual
não me fazem tão mal quanto o mundo que vivo
Quanto às bandeiras que sirvo
Quanto aos caminhos que sigo
Quanto ao choro de um amigo.
(Arthur Valente)
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Célebres
Cultos escritores
Notáveis prosadores
Talentos apagados
Destruídos, criticados
Por reles faladores
Paisagistas sonhadores
Fantásticos pintores
Socialmente marginalizados
Tristes, maltratados
Pelos maus entendedores
Músicos encantadores
Artistas inovadores
Todos descartados
Sendo desperdiçados
Entre máquinas e vapores
Belos Fingidores
Péssimos atores
Solenemente endeusados.
Teria a arte se tranformado
Num castelo dos horrores?
(Arthur Valente)
terça-feira, 26 de julho de 2011
Depressão
Um homem vivido
Viverá mais o quê
Quando não houver vida
Naquilo que ele vê?
Quanto vale a dor
Que aos poucos demole
E de gole em gole
Destrói seu portador?
O que faz um visionário
Entregar-se à cegueira?
Seria história traiçoeira?
Quem sabe conto do vigário?
O coitado passa a se perguntar
Quando tropeça e vai ao chão
Onde estará a inspiração
Que me fará levantar?
(Arthur Valente)
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Mudança
Que importa a cor da pele
Quando a alma voa?
Se o ego repele
A consciência ressoa
Que importa o sexo
Quando é feito bem?
O gosto é complexo
Mas que mal tem?
Que importa o alguém
Quando em meio ao plural?
Planejar um comum bem
Frente ao constante mal
Que importa o que se pensa
Se o pensamento é fechado?
Orgulha-se a falsa crença
Do fiel alienado.
Que importa este dizer
Se não para ser refletido?
A razão mostra ao ser
O que passou batido
E que se mostre a ação
Como relfexo do pensar
Maus conceitos cairão
Para um melhor se levantar.
(Arthur Valente)
sábado, 4 de junho de 2011
Sonho
O céu manifesta-se e canta
Estrelas resplandecem dançando
O azul lunar vai se modificando
dando lugar à rubra manta
as flores beiram um sol lilás
nascem do mais alto pico montanhoso
cheiro doce, leve e sedoso
fabricam grandiosos e impalpáveis chás
O branco da terra adormece a pele
como a própria neve daqui faz
vasta,clara,poderosa e sagaz
o feio invisível, triste, se repele
o horizonte não surge sem um porquê
tampouco dá lugar à escuridão
as nuvens, rosas, de larga extensão
são maciças, maleáveis, de papel marchê
crianças brincam, felizes, nuas
a grande Alegria tem forte odor
os seres cativos degustam o Amor
que passa sorrindo por todas as ruas
O mundo não gira e não se mantém parado
a inércia passara bem longe dali
banana, maçã, caju e caqui
exalam um anil de toque aveludado
O mar, por si só, é inerente ao chão
A prata e ouro, opacos e despercebidos
o paraíso de todos permanece unido
onde a própria morte se rende à submissão.
sábado, 28 de maio de 2011
Carne Viva
Sem dor e sem receio
Do prazer que bate à porta
Somos linha mais que torta
Um só,meio a meio
Somos elo em carne viva
Presos por tesão estridente
Entre o suor e a saliva
Entre línguas e dentes
Desfrutamo-nos a vontade
Adrenalina estufando o peito
Transcedemos em deleito
Escapando da realidade
Explodimos a cada toque
Digladiando sutilmente
Procuramos gozo ardente
Querendo o mais intenso choque
O frio não incomoda
Nem tampouco o calor
Não temos padrão ou moda
Desdenhamos o amor
Quando quase finalmente
Externamos forte suspirar
Nos queremos eternamente
Enquanto o momento durar.
domingo, 22 de maio de 2011
Solidariedade Comedida
Sozinho
Seja só ou acompanhado
Afinal,quem estará ao lado
Lá pelo fim do caminho?
Somos tão carentes
Tão incrívelmente sociáveis
Procurando relações estáveis
Para sermos lembrados eternamente
E seremos?
Não,claro que não
Mas divagando tal ação
Intenção nobre,pelo menos
Sejamos,então,ponderados
Temos sim que conviver
Porém,sem esquecer
Que estamos aos nossos cuidados
E se tivermos de arriscar
Por qualquer outro alguém
Lembremos que,heroísmo convém,
Quando há razão para lutar.
(Arthur Valente)
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