quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O Segredo do Segredo

A roupa do rei foi deposta
Cai a casa, ergue-se o parlamento desnudo
A moça veste o que queria despir de costas
O moço tem vergonha do que disse ser graúdo
E a mente da gente toda cansada agora tosta

A casa do parlamento tosta
Cai, do rei, vergonha do que disse ser desnudo
A moça agora toda cansada da mente deposta
E a gente ergue-se, veste a roupa de costas
Foi o que queria despir o moço graúdo

A moça ergue-se de costas
Cai do moço a roupa, a vergonha foi deposta
A casa do rei, o parlamento, a gente tosta
E a mente toda veste o que queria graúdo
Desnudo, a despir, tem do que disse ser cansada agora

A linguagem, por praticidade toda,
Não guarda em si uma só verdade
Mas, ao que se quis ver,
Ao que se possa ler.

Mas, por verdade, a linguagem ao que se quis ler
Não guarda em si ao que se possa ver toda
Uma só praticidade.

A praticidade por toda a linguagem,
Guarda em si uma só verdade,
Não ao que se possa ver
Mas ao se queira ler.


(Arthur Valente)

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