sábado, 31 de julho de 2010
Razão Emocional
A matemática é racional
O sentimento não
Poetismo é pura emoção
Partindo de um princípio contextual
Não teriam os poetas razão?
Tolo,quem crê em tal
Pois de uma forma emocional
Expressa esta,escrita ou oral
Nada mais é
Do que uma letrada equação
Essa mistura tenaz
Em via de ponto prático
De forma eficaz,
Coloca estes,entre os irracionais,
Como os mais célebres matemáticos.
(Arthur Valente)
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Nostalgia
A vida vai e vem
Mas o passado sempre voltaMe faz lembrar de alguém
Ou por algo ele me cobra
Mostra-me rostos antigos
A memória já não é tão eficaz
Entristeço-me pelos amigos e inimigos
Pois fazem parte de períodos
Que já não existem mais
Novas pessoas conheci
Outros rumos vou seguir
Afinal,o futuro é logo ali
E o que me esperam os novos caminhos?
Pergunta feita em vão
Deixarei o passado de mão
Águas passadas não movem moinhos.
Ditados como esse,há muitos
Antigos mas ainda em alta
Porém,por minutos
A memória de repente se exalta
E percebo de súbito
Que do leite derramado,sinto falta.
(Arthur Valente)
Eles
Eles roubam nosso dinheiro
Eles roubam nossa dignidade
Eles fazem do mundo um rodeio
Eles exalam pura maldade
Eles invadem nosso lar
Sem ao menos pedir licença
Eles cospem em nossas faces
E riem de nossas crenças
A culpa é deles
E de mais ninguém
Eles?Eles quem?
Afinal não seriam eles
Nós também?
(Arthur Valente)
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Rotina
Estava eu, em paz.
Liguei a televisão,
acabara de começar o Plantão,
mais um havia saído da prisão
foi ver a mãe e não voltou mais.
Depois vi pessoas sorrindo,
um sorriso tanto quanto amarelo,
teria eu entrado em um universo paralelo?
Ah não,era só mais um engravato mentindo.
Ai veio um slogan de pizzaria,
dizendo que era a maior já feita,
afirmação um tanto suspeita,
pois a maior,pelo que sei, fica em Brasília.
Ia começar a novela,enfim.
Sentou-se a esposa a meu lado,
fiquei um tanto assustado,
ela sabia mais sobre os atores do que de mim.
Por fim,fiquei com raiva e tive vontade de falar,
em minha cabeça bolava um discurso feroz,
mas na hora de realmente soltar a voz,
o cansaço me pegou e adormeci no sofá.
(Arthur Valente)
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Reflexão Pós-Túmulo
Abro os olhos repentinamente
mas sobre mim não há telhado
e sim,a imensidão de um céu estrelado.
Mas ainda assim,estou deitado confortávelmente.
Faço força para levantar
já não tenho controle de mim,
seria esse o meu fim?
Teria me tornado uma alma a penar?
À minha volta não vejo ninguém,
por outro lado,há um conhecido som,
esse que no mais fúnebre tom,
me faz querer chorar sem qualquer porém.
Mas onde estão meus queridos entes?
Teriam,então,me abandonado?
Eu seria agora um ser bastardo,
sem direito a pelo menos um enterro decente?
E onde está a lealdade?
Dessa palavra desconheço o conceito,
pois se me lembro direito,
nunca conquistei,de fato,uma amizade.
Chegou o grande momento,
vão feichar o caixão,
adeus mundo cão,
só peço que Deus não me deixe ao relento.
Mas eu sei que ele vai me deixar
pois se for pela justiça divina,
vão me fechar a janela e a cortina,
vão dizer que o céu não é meu lugar.
Só deixo uma mensagem antes de ir.
seja para qualquer alguém,
que se tu não chorares por ninguém,
também ninguém vai chorar por ti.
(Arthur Valente)
mas sobre mim não há telhado
e sim,a imensidão de um céu estrelado.
Mas ainda assim,estou deitado confortávelmente.
Faço força para levantar
já não tenho controle de mim,
seria esse o meu fim?
Teria me tornado uma alma a penar?
À minha volta não vejo ninguém,
por outro lado,há um conhecido som,
esse que no mais fúnebre tom,
me faz querer chorar sem qualquer porém.
Mas onde estão meus queridos entes?
Teriam,então,me abandonado?
Eu seria agora um ser bastardo,
sem direito a pelo menos um enterro decente?
E onde está a lealdade?
Dessa palavra desconheço o conceito,
pois se me lembro direito,
nunca conquistei,de fato,uma amizade.
Chegou o grande momento,
vão feichar o caixão,
adeus mundo cão,
só peço que Deus não me deixe ao relento.
Mas eu sei que ele vai me deixar
pois se for pela justiça divina,
vão me fechar a janela e a cortina,
vão dizer que o céu não é meu lugar.
Só deixo uma mensagem antes de ir.
seja para qualquer alguém,
que se tu não chorares por ninguém,
também ninguém vai chorar por ti.
(Arthur Valente)
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Tolos
Crença,
uma palavra dita muitas vezes em vão,
palavra que marca presença ,
seja ela real e intensa
ou apenas uma auto-ilusão
Alguns creem em um ser superior
nas igrejas rezam com vontade e louvor
e por seus semelhantes
pedem ao senhor
mas se por um instante,
um deles pede um favor
tratam-no como um ser ingnificante
não é mais um igual,passou a ser inferior
O ser humano inventou a razão
essa que antes era usada para a criação,
já não mais tem essa função,
já criamos tudo que podíamos então?
Que seja,chegou a hora da destruição
Alguns dizem que somos deuses,
outros que somos apenas animais
o que eu penso sobre isso
é que nos tornamos sabidos demais
Só sei que nada sei
já dizia o velho filósofo
se o mesmo tivesse vivido nessa época
provavelmente o chamariam de tolo sem propósito
Em certos momentos meus,
não sei se de loucura ou de lucidez,
imagino,lá do céu, Deus
aos prantos e a todos nós olhando
crentes e ateus,
francês,inglês ou português
e então sabiamente falando
“ eu tenho pena de vocês”
(Arthur Valente)
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Café

Na cozinha, preparo um líquido escuro
Esse que para os antigos barões era motivo de orgulho
Mas que para os que realmente trabalhavam para cultivar o tal
Era motivo de dor,
de um modo de vida que não cabe nem a um animal
Bebo lentamente,
Com prazer e satisfação,
Em meus lábios sinto o suor deles
De minha boca desce o sangue inteiro de uma nação
Antes eles lhes davam,de forma precária, comida e onde morar
Trabalhavam incansavelmente, mal podiam repousar
E se por acaso algo não agradasse àquele que lhes ousava maltratar
Em sua pele iam sentir o velho chicote estralar
Já faz tempo,a escravidão acabou
A ilusão da liberdade foi para eles o que restou
Ilusão sim,pois não se tornaram escravos libertados
Na verdade o termo mais apropriado
Seria,talvez,homens livres escravizados
Escravos de um sistema de princípios desiguais
Enquanto o velho barão descansa em sua poltrona
O tal sistema obriga o escravo pobre a trabalhar mais
E por fim,num ponto de vista meu
Enquanto o rico decide se come ou se dorme
A chibata não morreu
Ela só mudou de nome.
(Arthur Valente)
segunda-feira, 5 de julho de 2010
FreakShow Brasileiro

Ilustríssimos senhores,
É com muito pesar
Que venho lhes comunicar
Que o brasileiro show de horrores
Já vai começar
O trabalhador já cansado,
totalmente decepcionado,
o salário está atrasado,
seu filho anda pelo caminho errado,
sua mulher arrumou um namorado,
sua filha se enrroscou com um homem casado,
e no senado,como de praxe,
roubam seu salário suado.
Mas para o moribundo,
já não importa nada,
vai começar a copa do mundo,
preocupa-se apenas se a cerveja está gelada
se a carne está bem passada,
ou se a seleção está a seu gosto escalada.
E o político pede em sublime oração
para que o nosso Brasil seja o campeão,
afinal,se o time não voltar com a taça na mão
vai que o povo lembra que é ano de eleição.
(Arthur Valente)
A Noite

O Sol já caiu
E no céu sobe a esfera branca de massa,Porém mal posso vê-la,
Tudo que vejo é fumaça
Na escuridão profunda da noite
Lembranças que havia perdido,me acham
E como se minha mente se abrisse por completo
O pensar e o sentir finalmente se encaixam
Enlouqueço em minha sanidade
E de coisas que jamais havia imaginado antes
Sem querer,sinto vontade
Rio,choro,
Escrevo,oro
Peço e agradeço
Tagarelo para o céu, e sem motivo emudeço
Bato os dedos no teclado
E de repente há uma luz a me cobrir
Mais um dia vem chegandoJá é hora de dormir.
(Arthur Valente)
O Abismo

Estou caindo,nada vejo
Estou sentindo,e no céu lampejos
Quero subir,quero respirar
Quero sair,não sinto o ar
Olho para baixo e não vejo chãoEstou sentindo,e no céu lampejos
Quero subir,quero respirar
Quero sair,não sinto o ar
Só vejo um vão,no céu ainda àquele clarão
Nada posso fazer,sou um cadáver sem caixão
Sou um peixe fora d’água,um braço sem mão
Sou uma casa sem telhadoNada posso fazer,sou um cadáver sem caixão
Sou um peixe fora d’água,um braço sem mão
Um terno mal lavado
Um gato escaldado
Sou um crime sem perdãoUm gato escaldado
Um sentimento sem coração
Sou um abismo sem fim,sem chão.
Sou um abismo sem fim,sem chão.
(Arthur Valente)
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